Taxonomia e formas de coleta e fixação.

Como é feita a coleta e identificação dentro de cada área do conhecimento em biologia?

A taxonomia das plantas baseia-se em caracteres clássicos da morfologia floral, mas também se utiliza de elementos oriundos da estrutura epidérmica (tais como pelos e tricomas), do estudo do pólen, da anatomia e da fitoquímica, dentre outros. Nos estudos em botânica são coletadas partes do vegetal como folhas e flores e a preservação é feita através de exsicatas. Esta é a unidade fundamental do acervo florístico e nela estão contidas as informações necessárias para o desenvolvimento de estudos fenológicos, checklists, revisões taxonômicas e sistemáticas, descoberta de novas espécies e informação de ocorrência. As exsicatas são reunidas em herbários, que são as coleções de espécimes da flora.

Já entre os mamíferos, há diferentes formas de coleta, preservação e identificação dependendo do grupo. Pequenos roedores são capturados em armadilhas e cuidadosamente taxidermizados e analisados em laboratório. Para a identificação, são utilizadas medidas do crânio, estudo do pelo e biologia molecular. Mamíferos de médio e grande porte podem ser identificados através de evidencias indiretas como pelos, fezes e marcas deixadas pelos animais além de registros em armadilhas fotográficas. Morcegos são capturados através de redes de neblina ou de harp traps.

Em herpetologia, são utilizadas características no geral como proporções corporais, aspectos e quantidades de membros e ossos. Nos répteis o formato, contagem de escamas e/ou placas ósseas são determinantes na identificação. Por isso é importante o cuidado na hora de coletar e fixar os animais. A coleta mais generalista em herpetologia é feita através de armadilhas de interceptação e queda, chamadas de pitfall traps. Estas são feitas com lonas e estacas que cercam o animal para que ele seja conduzido até baldes onde caem e não conseguem sair. Neste método, são capturados serpentes, sapos, rãs, lagartos e até mesmo jabutis. As pererecas são registradas através da busca ativa, como elas possuem discos adesivos na ponta dos dedos são capazes de escalar superfícies e escapar de dentro do pitfall. Independente do grupo coletado, é importante a fixação na posição anatômica correta e o uso da concentração correta de formol para que a continuidade da pesquisa e identificação dos indivíduos seja efetiva após a coleta em campo.

Os peixes, são coletados através de redes de emalhar ou de artefatos qualitativos como redes de arrasto, peneiras, puçás, etc. São identificados através de características como número de escamas na linha lateral, número de dentes, proporções corporais entre outras características. Os animais coletados podem ter dimensões muito pequenas, por isso é muito importante coletar e manusear os animais com cuidado e fixá-los corretamente.

O método mais utilizado para coleta da avifauna são as redes de neblina. Elas devem ser colocadas em locais seguros, que evitem ou minimizem os ataques por predadores e devem ser revisadas com frequência. As aves devem ser retiradas cuidadosamente das redes evitando danificar exemplares que serão depositados em museus ou ferimentos em aves que serão marcadas e soltas. Medidas morfométricas possuem um grande valor taxonômico e são úteis para estudos de separações de raças, sexos, taxa de crescimento dos indivíduos, assimetria, etc. Por esse motivo, os animais devem ser retirados da armadilha e taxidermizadas com o maior cuidado possível.

As formas de capturas em entomologia são tão diversas quanto o grupo dos insetos. Para a coleta de vetores são utilizados diversos tipos de armadilhas e até mesmo a atração por humanos. Borboletas são capturadas através de armadilhas específicas iscadas com frutas e um agente fermentador. Outros grupos como coleópteros podem ser capturados através de armadilhas de queda. Uma forma de captura comum a vários tipos de insetos é a busca ativa e coleta através de puçás entomológicos. O uso de artefatos de coleta corretos e da fixação extremamente cuidadosa é ainda mais importante nestes grupos de invertebrados. Os animais devem ser fixados através de alfinetes entomológicos e na posição anatômica correta e específica de cada grupo.

Lembrando que, independentemente do grupo a ser estudado, para a realização de capturas é necessário tirar licença no órgão competente: IBAMA ou órgão ambiental estadual. Todo pesquisador teve ter em mente que, embora esteja autorizado a capturar e manipular a vida silvestre, o bem-estar de cada indivíduo capturado deve ser seu principal objetivo. Casos específicos que visam à coleta científica devidamente autorizada, também devem prezar pelo bem-estar dos indivíduos compreendendo inclusive modos adequados de eutanásia.

Equipamentos indispensáveis para medições e identificação

O paquímetro é o instrumento de medição mais utilizado para medições rápidas e relativamente exatas. A visualização, medição e contagem de estruturas pequenas é feita através de um estereomicroscópio, uma espécie de lupa que permite visualizar estruturas diminutas em profundidade. Para manipular animais pequenos ou estruturas sensíveis é importante o uso de pinças como as usadas em entomologia e de bisturis e agulhas de dissecação.

O estudo da vida é muito amplo! Aqui, demos uma pequena ideia de como são coletados, fixados e identificados alguns grupos biológicos. Você estuda algum outro grupo sobre o qual não falamos? Avise nos comentários!

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Fontes:

https://biologo.com.br/bio/sistematica

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/733-2.pdf

https://www.icmbio.gov.br/cemave/images/stories/Publica%C3%A7%C3%B5es_cient%C3%ADficas/Capturando_aves_Roos_2010.pdf

http://www.uel.br/pessoal/inocente/pages/arquivos/05-Uso%20do%20Paquimetro.pdf

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