Qual a situação dos recursos hídricos no Brasil?

Começamos o mês de março falando sobre a conservação dos recursos hídricos pelo mundo. Mas como é a situação dos recursos hídricos no nosso país? Como a falta de saneamento básico pode afetar diretamente a vida das pessoas e quais regiões brasileiras possuem menos água encanada e rede de esgoto?

O Brasil é o país com a maior disponibilidade de água doce do mundo com cerca de 12% de toda a água doce do planeta. O país é rico em recursos hídricos, com bacias hidrográficas extensas como a Amazônica a do Paraná e a do São Francisco. Entretanto, a situação da conservação dos rios brasileiros é complexa e variada e depende de muitos fatores, incluindo a região geográfica e a influência humana sobre a bacia hidrográfica em questão.

Em geral, nossos rios enfrentam uma série de desafios em relação à conservação e proteção de seus ecossistemas. Entre os principais problemas estão a poluição, a degradação da qualidade da água, a destruição do habitat natural, a construção de barragens e a sobrepesca.

A poluição de rios e reservatórios pode dificultar o tratamento de água e esgoto. A presença de substâncias tóxicas e poluentes nos corpos d’água pode afetar a eficácia dos processos de tratamento, tornando-os mais caros e difíceis de serem realizados. Isso pode levar a um aumento no custo do tratamento de água e esgoto, o que pode afetar o orçamento de governos e empresas responsáveis pelo saneamento básico.

Infelizmente, várias bacias hidrográficas brasileiras sofrem com esse problema. O lançamento de esgotos, resíduos industriais, agrotóxicos, entre outros poluentes, contribui para a degradação da qualidade da água e a morte de peixes e outros animais aquáticos. Algumas das bacias mais poluídas incluem a do rio Tietê, a bacia do rio Pinheiros, a bacia do rio Iguaçu e a bacia do rio Paraíba do Sul.

A poluição de rios e reservatórios pode afetar a saúde das pessoas de diversas maneiras e esses efeitos são diretamente relacionados à falta de saneamento básico, rede de esgoto e tratamento de água. No Norte e no Nordeste, a situação do saneamento básico é bastante precária. De acordo com o Instituto Trata Brasil, em 2020, apenas 8,1% das cidades da região Norte e 19,7% das cidades da região Nordeste possuíam coleta de esgoto. Além disso, cerca de 47,4 milhões de pessoas na região Nordeste não têm acesso a serviços de coleta de esgoto e 25,9 milhões de pessoas não têm acesso a água potável.

A prevalência de doenças transmitidas pela água nessas regiões é maior do que em outras do país. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, foram registrados mais de 218 mil casos de DDAs no Norte e Nordeste do Brasil. No mesmo ano, foram registrados mais de 2,6 mil casos de esquistossomose e 4,5 mil casos de leptospirose nessas regiões. A importância dessas doenças para a saúde pública é muito grande e por isso há o monitoramento pelas autoridades de saúde para prevenir e controlar a sua disseminação nessas regiões.

É essencial investir em medidas de conservação dos recursos hídricos e no saneamento básico para garantir a disponibilidade de água potável, prevenir doenças, proteger o meio ambiente, promover o desenvolvimento econômico sustentável e melhorar a saúde e o bem-estar da população.

O mês em que se comemora o dia mundial da água deve ser um convite à conscientização sobre a importância de conservar os rios e adotar medidas para proteger esses ecossistemas vitais. A proteção dos recursos hídricos é essencial para garantir a disponibilidade de água potável e preservar o meio ambiente, contribuindo para um futuro sustentável e saudável para todos.

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