Equilíbrio é o que nos falta

Depois da tarde do dia 25 de janeiro de 2019 me pareceu até ironia do destino a pauta do nosso 13º episódio do Bionote. Abrindo a temporada de 2019 e gravado em 18 de janeiro de 2019 o tema foi – Licenciamento Ambiental: a base para um desenvolvimento sustentável.

Nesse episódio discutimos a importância do licenciamento ambiental que não se trata só de “natureza” como muitos o veem, trouxemos informações do processo como um todo. Convidamos o especialista Carlos Leonardo Vieira para elucidar e trazer sua visão crítica do processo com muita racionalidade e transparência. Desde o começo desse projeto do Bionote nosso intuito sempre foi de trazer a informação baseada em uma linguagem de fácil compreensão a todos.

Reflexão

Depois dessa tragédia, me peguei refletindo sobre tudo que foi abordado nesse episódio, por vezes me percebi com os olhos marejados com uma mistura de tristeza, revolta e pensei, o que todos devemos aprender com isso? O que podemos fazer? A vontade é de sair correndo e punir os primeiros da reta. É considerar “mineração nunca mais”, como tenho visto em alguns movimentos após esse desastre. Mas isso seria uma maneira muito ideológica e reducionista de se tratar a questão.

O problema está na forma como o sistema funciona, há formas muito mais modernas e seguras. Os responsáveis devem sim ser punidos severamente pelo ocorrido! Não só em Brumadinho, mas também em Mariana, que pouco se fez até hoje, depois da catástrofe em novembro de 2015.

No entanto, a exploração mineral é importante, sem ela não teríamos nosso querido e inseparável celular, computador, meios de transporte entre tantas outras coisas que consumimos todos os dias. A questão principal é por que temos tanta dificuldade em cumprir leis fundamentadas de um processo tão complexo? A resposta? É porque existe um conflito de interesses.

Conflito de interesses

Porque reduzir o lucro em prol do processo correto e seguro parece inadmissível. Porque explorar e preservar são vistos como processos antagônicos dentro do desenvolvimento econômico. Qual seria a dificuldade em perceber que esses são complementares?  Ambos fazem parte de um todo. Em nosso modelo atual de desenvolvimento, a exploração precisa acontecer para que a economia gire, mas há uma imensa dificuldade em perceber que se não houver preservação não haverá o que explorar. Creio eu que essa dificuldade está muito ligada a uma sociedade egoísta, e assim, fica difícil discernir a importância de etapas, a importância de que nada existe ou acontece de forma solitária.

Quando saímos desse aspecto egoísta fica fácil perceber que tudo se torna facilmente apenas uma questão de equilíbrio. Apenas, uma questão observar de maneira holística, o todo só existe porque pequenas partes se agregam. Isso é o principio básico da vida, da estrutura de planeta que conhecemos e que vivemos. Átomos, pequenas moléculas são as pequenas partes que constituem um todo e sem elas nada existiria. O que nos falta é a visão holística dos processos, pequenas partes conectadas de forma harmônica é que fazem a máquina funcionar.

Conclusão

Se a necessidade insaciável de acumular riquezas em $$ nos cega e se torna o aspecto mais importante da vida de muitos. Eu pergunto: o que te resta se tiram seu dinheiro e seu poder?

Aos interessados, o episódio #13 de nosso podcast ficou ainda mais importante após o dia 25/02/2019.

Podcast 13 – Licenciamento Ambiental: a base para um desenvolvimento sustentável

Nossos sinceros sentimentos aos afetados…muita força para todos!

Ah! E antes que eu me esqueça! Natureza é o mundo material físico e biológico em que vive o ser humano e existe independentemente das atividades humanas. É o conjunto de elementos que formam o planeta. É o que compõe a substância do ser; a essência. Acho que fica intrínseco dizer que a natureza faz parte de você!

 

Há muito dentro de mim que ainda não coube aqui…

 

Um abraço,

 

Juliana Kleinsorge

CEO- Log Nature

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